
Um vírus influenza ao infectar uma única célula pode produzir descendentes com uma grande variedade de formas, maximizando a chance de o vírus escapar do ataque por terapias antivirais.
Anticorpos e vacinas têm como alvo proteínas na superfície de um vírus. Mas o vírus da gripe pode rapidamente trocar um conjunto de proteínas por outro, tornando-o notoriamente difícil de ser rastreado e combatido.
Michael Vahey, da Universidade de Washington, em St. Louis, Missouri, e Daniel Fletcher, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, desenvolveram uma cepa do vírus da gripe e anexaram marcadores fluorescentes de uma cor específica a cada tipo de proteína da superfície do vírus. Os pesquisadores infectaram células com este vírus e permitiram que ele se reproduzisse por uma geração — isso garantiu que não havia tempo suficiente para que uma mutação genética significativa ocorresse. As células produziram partículas virais com uma vasta variedade de combinações dos marcadores, sugerindo que o vírus pode reunir diferentes estruturas sem sofrer mutações genéticas.
Novas terapias antivirais podem ser projetadas para atingir mais de uma proteína na superfície viral e, assim, combater com mais eficácia o vírus da gripe, dizem os autores.
Referência:
- VAHEY, Michael D. et al. “Low-Fidelity Assembly of Influenza A Virus Promotes Escape from Host Cells”; Cell, 2018. Acesso em: 01 dez. 2018.