A Lei da Conservação das Massas de um sistema isolado é um dos princípios fundamentais da Química e da Física. Muitos acreditam que Lavoisier foi o cientista que descobriu essa lei e, por esse motivo, o consideram o “pai da Química Moderna”.
Lavoisier não foi nem o primeiro a afirmar esse princípio, nem quem o fundamentou experimentalmente. Da Antiguidade até a época de Lavoisier, vários autores alternadamente afirmaram ou negaram que a massa dos corpos fosse constante. Um pouco antes de Lavoisier, Immanuel Kant reafirmava como princípio filosófico a conservação do “peso” da matéria.
A Lei da Conservação das Massas é algo que pode ser testado experimentalmente, mas isso não havia sido realizado, pois, quando verificado, descobriria que a massa final é maior que a massa inicial. Ela não podia ser estabelecida de forma adequada e fundamentada experimentalmente antes do conhecimento do papel dos gases (principalmente do oxigênio) nas reações químicas, bem como do uso de recipientes fechados e de métodos quantitativos cuidadosos. Todas essas condições apenas se tornaram presentes na época de Lavoisier, por isso atribui-se a autoria dessa lei. No entanto, deve-se dizer mais corretamente que ele pressupõe em seus trabalhos a validade desta.
Deve-se esperar encontrar em suas obras, principalmente no Tratado Elementar da Química, uma clara exposição e justificativa experimental deste princípio de conservação das massas nas reações químicas. No entanto, é em vão que se examina cada umas dessas páginas em busca dessa exposição. Ela não existe. Isso não quer dizer que a ideia de conservação das massas não aparece no livro, mas aparece de forma casual, em um ponto ou outro, como algo bem sabido e que não precisava ser discutido em detalhe.
Lavoisier simplesmente a usa desde os seus primeiros trabalhos publicados. Portanto, ou imaginava que alguma outra pessoa já havia testado e fundamentado essa lei, antes dele, ou então pensava que essa lei não precisava ser testada.
O princípio da conservação das massas era utilizado por ele como um método que fundamentou toda a Química mais tarde. É preciso lembrar que, naquela época, Lavoisier pensava como quase todos, que o fogo era um tipo de matéria, o que era denominado de Teoria do Flogisto. A insistência de Lavoisier no uso de balanças sensibilíssimas e em medidas quantitativas rigorosas acabou por levá-lo à conclusão de que a teoria do flogisto estava equivocada.
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