Aos 13 anos, Faraday começou a trabalhar, o que era comum na época. Seu primeiro trabalho foi como menino de recados de um senhor chamada Riebau, um emigrante francês que era livreiro e encadernador. Faraday logo se tronou aprendiz desse ofício. Diga-se de passagem que a profissão de encadernador era bem valorizada e poderia render um salário maior que do seu pai. Mas Faraday tinha outros planos. Na livraria do Senhor Riebau, lia os livros que encadernava e ficou fascinado por duas obras em especial: Conversação sobre Química e um artigo da Enciclopédia Britânica sobre eletricidade.
Fascinado por tudo o que dizia respeito à Ciência, Faraday foi se instruindo pelas leituras, reflexões e pelos pequenos experimentos que realizava. Aparentemente, o senhor Riebau se encantava com os experimentos de Faraday e os fazia mostrar aos clientes. Em 1812, um certo senhor Dance, cliente da livraria, deu a Faraday ingressos para assistir às quatro últimas palestras de Humphry Davy na Instituição Real para a Ciência.
Faraday ficou fascinado pela palestra de Davy sobre Química. O Sir. Humphry era além de cientista, um grande poeta. Suas palestras eram acompanhadas por todos os intelectuais da Inglaterra. Seus dons de oratória prendiam a atenção da plateia e inspiravam. Essas palestras encontram Faraday que, embora jovem, já tinha adquirido muitos conhecimentos pela leitura de livros e por ter realizado pequenas experiências. Era também um Faraday determinado a deixar o ofício de encadernador e tornar-se um cientista.
Com esse espírito de conhecimento adquirido, Faraday assistiu as palestras de Humphry Davy, em 1812. Tomou notas detalhadas e as encadernou. Depois. Em um gesto de ousadia, enviou as Davy as notas e uma carta pedindo emprego na Instituição Real de Ciência. Impressionado pela ousadia, autoconfiança e pelas qualidades das notas, Davy o chamou para uma entrevista. Ficou inclinado a contratá-lo, mas não havia nenhuma posição vaga.
Mas a sorte parece ajudar os persistentes, pois pouco tempo depois, um assistente de laboratório se envolveu numa briga e foi demitido, abrindo com isso a tão sonhada vaga de Faraday. Davy manda chamar Faraday e o emprega como Assistente de Química em 1813.
Faraday logo se tornou um assistente de confiança e passou a preparar as amostras para os experimentos mais importantes de Davy, além de auxiliá-lo na montagem dos experimentos demonstrativos. O ambiente do novo emprego, seus equipamentos, a orientação de Davy e seu talento pessoal fizeram com que Faraday se tornasse em pouco tempo um pesquisador experimental brilhante.
Quer saber mais? “Faraday & Maxwell: luz sobre os campos” de Frederico Firmo de Souza Cruz, é excelente!