A famosa nebulosa “Pilares da Criação” é o típico exemplo de como o Universo é gigante. Eles estão localizados a sete mil anos-luz da Terra e recebem esse nome por ser uma região onde muitas estrelas nascem. A sua imagem mais famosa foi tirada em 1995 pelo Telescópio Espacial Hubble e mostra três “pilares” de gás e poeira suspensos no espaço.
No entanto, sua bela estrutura foi ameaçada quando uma imagem infravermelha do Telescópio Espacial Spitzer revelou uma onda de explosão de supernova anteriormente invisível que estava avançando em direção a esses pilares. Supernova é a fase final de uma estrela supermassiva, onde ela explode e suas “entranhas” são expelidas para o espaço de uma forma muito violenta.
Fim iminente
A imagem do Spitzer mostra uma nuvem de poeira quente que teria sido aquecida por uma explosão de supernova que provavelmente ocorreu entre um e dois mil anos antes da foto do Telescópio Hubble. No entanto, a foto do Hubble pode ter apenas duas décadas de registrada, mas seu conteúdo é de sete mil anos.

Reprodução/NASA/JPL-Caltech/ Institut d’Astrophysique Spatiale
Confuso? Então vamos entender o conceito de anos-luz: a luz viaja a 300 mil km/s, quando é falado que o astro (neste caso, a nebulosa) está a sete mil anos-luz da Terra, isso quer dizer que a luz leva sete mil anos para sair de lá e chegar aqui a essa velocidade. Portanto, o Hubble registrou o passado e a onda de choque parece estar prestes a atingir os pilares em mil anos. Levando em conta o tempo de sete mil anos para que sua luz chegue à Terra, isso significa que os pilares foram realmente destruídos há seis mil anos.
Em suma, vemos os Pilares da Criação ainda vivos por conta da velocidade da luz. A supernova destrutiva explodiu há cerca de seis mil anos e devastou as três colunas de gás. Considerando essa distância incrível de seis mil anos luz, dentro de mil anos a explosão será visível aqui na Terra.
Os pilares são a prova de que somos muito pequenos no Cosmos. Composto por distâncias inimagináveis, onde até mesmo a luz demora milhares e milhares de anos para percorrer, quem sabe daqui a mil anos algum telescópio registre uma destruição impressionante de umas das mais belas nebulosas.