
Pastores de renas no Ártico encontraram um urso da idade do gelo perfeitamente preservado nas ilhas Lyakhovsky, parte do arquipélago das Novas Ilhas Siberianas, no nordeste da Rússia. De acordo com a Universidade Federal do Nordeste da Rússia (NEFU), os dentes e o nariz estão totalmente intactos.
O permafrost, ou seja, a camada de terra e gelo que até hoje esteve sempre congelada, está derretendo. Com isso, vários restos de animais do Pleistoceno foram descobertos. Para mais, no entanto, o derretimento do permafrost traz à tona vírus de doenças antigas e mercúrio tóxico. Soma-se a isso o dado alarmante que o Ártico está esquentando duas vezes mais rápido que o resto do mundo.
Com tecido mole
Segundo Lena Grigorieva, pesquisadora de Paleontologia do NEFU, o animal seria um antigo parente do urso-pardo. Conforme os pesquisadores, o animal viveu de 22 mil a 39,5 mil anos atrás.
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Os cientistas da NEFU dizem que a descoberta é sem precedentes. “Esta é a primeira e a única descoberta a ser recuperada inteiramente com o ‘tecido mole’”, diz Grigorieva em um comunicado.
“Ele está completamente preservado, com todos os órgãos internos no lugar, até o nariz. Anteriormente, os pesquisadores haviam encontrado apenas crânios e ossos. Esta descoberta é de grande importância para todo o mundo.”
A universidade informou que pretende convidar outros cientistas russos para participar do estudo. Apesar disso, uma análise de radiocarbono ainda é necessária para determinar a idade do urso com exatidão.
Mais descobertas
Além desse urso, o corpo preservado de um filhote também foi descoberto em Yakutia, no leste da Rússia, de acordo com a NEFU. Em 2019, pesquisadores encontraram um filhote canídeo de 18 mil anos com dentes e pelos perfeitamente preservados na Sibéria.
Com informações da BBC.