Arqueólogos italianos descobriram os restos fossilizados de nove neandertais em uma caverna perto de Roma, lançando uma nova luz sobre como a península italiana foi povoada e sob quais condições ambientais.

O Ministério da Cultura da Itália anunciou a descoberta no último sábado (8), informando que a Caverna de Guattari, em San Felice Circeo, era “um dos lugares mais significativos do mundo para a história dos neandertais”. Um crânio neandertal foi descoberto na caverna em 1939.

Os ossos fossilizados incluem crânios, fragmentos de crânio, dois dentes e outros fragmentos ósseos. Os restos mais antigos datam entre 100 mil e 90 mil anos atrás, enquanto os outros oito neandertais datam de 50 mil a 68 mil anos atrás, informou o Ministério em um comunicado.

As escavações, iniciadas em 2019, envolveram uma parte da caverna que ainda não havia sido explorada, incluindo um lago notado pela primeira vez pelo antropólogo Alberto Carlo Blanc, que é creditado com a descoberta do crânio neandertal de 1939.

Mandíbula fóssil que foi descoberta na Caverna de Guattari, perto de Roma.
Mandíbula fóssil que foi descoberta na Caverna de Guattari, perto de Roma.
Reprodução/Ministério da Cultura da Itália/Emanuele Antonio Minerva

O Ministro da Cultura da Itália, Dario Franceschini, chamou a descoberta de “uma descoberta extraordinária que será a conversa do mundo”.

O antropólogo Mauro Rubini disse que o grande número de restos mortais sugere uma população significativa de neandertais, “a primeira sociedade humana da qual podemos falar”.

Arqueólogos disseram que a caverna tinha preservado perfeitamente o ambiente de 50 mil anos atrás. Eles observaram que os restos de animais fossilizados que foram encontrados na caverna — elefante, rinoceronte e veado gigante, entre outros — lançaram luz sobre a flora e a fauna da área e sua história climática.