O maior e mais recente estudo sobre vacinas e autismo concluiu que não há ligação, mesmo em crianças que possuem um risco maior de desenvolver o distúrbio. Na verdade, os pesquisadores descobriram que as crianças não vacinadas têm maior probabilidade de serem diagnosticadas com autismo do que as que receberam vacinas.

O mito de que as vacinas causam autismo foi desmascarado muitas e muitas vezes.

Em 1998, Andrew Wakefield publicou um estudo baseado em doze crianças que associou a vacina contra sarampo, caxumba e rubéola (vacina tríplice viral) ao autismo. Os resultados não foram replicados, e mais tarde se descobriu que ele havia falsificado dados.

Outro estudo de 2017 ligou o alumínio em vacinas ao autismo. Este estudo foi retirado depois que os cientistas notaram que as imagens haviam sido manipuladas, e um dos coautores afirmou que os números do artigo foram deliberadamente alterados antes da publicação.

No entanto, o mito ainda vive e se espalha pela internet, contribuindo para uma situação em que os casos de sarampo dobraram em 2018. Ademais, alguns adolescentes são forçados pelos pais a deixarem de se vacinar.

O estudo mais recente concluiu que não há ligação entre a vacina tríplice viral e o autismo a partir da pesquisa feita em 657.461 crianças nascidas na Dinamarca entre 1999 e 2010, incluindo 6.517 crianças que foram diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

O estudo, publicado no jornal Annals of Internal Medicine, descobriu que as crianças que têm irmãos com autismo apresentam sete vezes mais probabilidade de serem diagnosticadas com o TEA do que as crianças sem história familiar do transtorno, e os meninos possuem quatro vezes mais chances de serem diagnosticados do que as meninas.

No entanto, mesmo nesses grupos de maior risco, não houve relação entre ser vacinado e ser diagnosticado com autismo.

Em contraste, a equipe holandesa descobriu que os 5% das crianças do estudo que não foram vacinas tiveram 17% mais chances de serem diagnosticadas com autismo do que aquelas que receberam as vacinas.

“O estudo apoia fortemente que a vacina tríplice viral não aumenta o risco de autismo, não desencadeia o autismo em crianças suscetíveis e não está associada ao agrupamento de casos de autismo após a vacinação”, concluíram os autores.