Os polvos são moluscos muito peculiares, que pertencem à classe dos cefalópodes. Além do cabeção, olhos grandes, 3 corações e corpo mole, os polvos ainda são mestres da camuflagem, passam por qualquer frestinha, soltam tinta e se encaixam na categoria de animais mais inteligentes do planeta…

Dentre todas essas características, seus braços merecem um destaque bem especial. Isso mesmo, os polvos não possuem tentáculos. Tanto braços quanto tentáculos são usados para locomoção, alimentação, percepção de estímulos sensoriais e para manipular coisas. Mas há diferenças: os tentáculos são maiores que os braços, com uma parte achatada cheia de ventosas. Já os braços possuem muitas ventosas em toda a sua extensão. Portanto, as lulas possuem 8 braços e 2 tentáculos, por exemplo, enquanto os polvos somente possuem 8 braços.

Mas os braços dos polvos são realmente incríveis, possuem sensibilidade e controle excepcionais: suas ventosas são capazes até de captar estímulos químicos, ou seja, conseguem sentir cheiros e gosto! Isso se deve à grande complexidade do sistema nervoso dos polvos. Apesar de possuírem um cérebro bem formado, 2/3 de seus neurônios ficam espalhados pelo corpo, concentrados principalmente nos braços. Ou seja, os polvos não têm um sistema nervoso central e seus braços conseguem atuar de forma independente (às vezes, o cérebro nem sabe o que o braço está fazendo!). Como as informações ficam retidas no braço e não precisam ir para o cérebro, os cientistas acreditam que isso seria uma vantagem no processamento dessas informações, aumentando a velocidade de reação a estímulos externos.

Como se não bastasse, caso o polvo seja ameaçado, ele ainda pode “desgrudar” um dos braços para se livrar de um predador que o tenha agarrado. Mas não tem problema, afinal ele cresce de volta, com uma incrível capacidade regenerativa!